Este texto na sua Parte 1 apresenta uma tradução de uma entrevista publicada no World Economic Forum (WEF) sobre a comparação anual entre os países e o uso da Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como instrumento de modernização e maturação para seu avanço na sociedade de cada país. Na Parte 2 adaptamos uma palestra feita para o Governo do Estado de São Paulo dada pelo WEF falando sobre a América Latina e Brasil dentro da maturação para uso das TICs.

PARTE 1


Global Information Technology Report (GITR): Interview


http://www.weforum.org/site/homepublic.nsf/Content/Global+Information+Technology+Report%3A+Interview


Numa Entrevista, o Diretor Economista Chefe do Programa de Competição Global,
Augusto Lopez-Claros, explica os resultados do Relatório Global de Tecnologia de Informação de 2004-2005.

Singapura é a estrela em performance neste ano (veja ranking na última página).
GITR: Quais foram os fatores decisivos que a colocaram do oitavo lugar no ano passado para o topo neste ano?

Singapura ultrapassou os Estados Unidos atingindo o topo do ranking do “Índice de Prontidão dos Conectados em Rede” (Networked Readiness Index - NRI) pela primeira vez. Os principais fatores que explicam essa excepcional performance podem ser encontrados na excelente infra-estrutura de TIC e ambiente regulatório.

Um terceiro fator é sua prontidão e aceitação por parte dos principais envolvidos (isto é, governo, comunidade empresarial e famílias) em adotar novas tecnologias e tirar total benefício das TICs.

Em particular, Singapura tem a melhor performance mundial em termos de qualidade de educação para ciências e matemática, facilidade para financiamentos e taxas de conexão para telefonia, e o governo prioriza as compras governamentais pelas TICs. Singapura tem também pontos altíssimos em outras áreas, como qualidade de acesso a Internet.

No uso das TICs, o país lidera o mundo em termos de predominância de licenças de tecnologias estrangeiras, sucesso governamental na promoção das TICs, e disponibilidade de serviços governamentais on-line. .

Porquê os Estados Unidos caiu do topo há três anos, para a quinta posição?

Este é um resultado mais dos avanços de posições relativas, do que um resultado de uma atual erosão na performance das TICs pelos Estados Unidos. Mas os Estados Unidos  registrou uma relativa piora de performance neste ano nos três componentes do NRI. Pelo lado positivo ele consolidou sua liderança global nos componentes para prontidão nos negócios, da mesma forma, nas variáveis tais como qualidade da pesquisa científica das instituições e escolas de negócios, disponibilidade de treinamento e oportunidades para a força de trabalho, sofisticação dos compradores e disponibilidade para capital de risco..

O que você atribui aos países nórdicos a continuada excelente performance neste ano?

Os países nórdicos novamente estão no topo do “ranking” neste ano, com a Islândia, Finlândia, Dinamarca e Suécia, respectivamente, em segundo, terceiro, quarto e sexto lugar. A Islândia, em particular, registrou uma performance impressionante nas TICs, subindo da décima posição, em 2003, para a segunda posição dentre 104 economias em 2004, o que representa a maior melhoria de performance entre os primeiros colocados. .

Tal desenvolvimento não surge como surpresa na medida em que os países nórdicos têm mostrado consistentemente alta penetração e índices de uso das TICs, revelando-se entre os de maior performance dos últimos quatro anos.

Além de ter uma excelente macroeconomia, infra-estrutura e ambiente regulatório, esses países compartilham um compromisso entre governo, empresários e famílias no uso das TICs. Adicionalmente, eles estão sempre inovando.

Como resultado, Suécia, Finlândia e Dinamarca ultrapassam algumas das maiores economias Européias em número de patentes registradas por milhão de população, um indicador freqüente usado pelas nações que registram inovações. .

Economias Asiáticas e do Pacífico no conjunto geral também tem pontos altos. Como pode ser explicado o sucesso dessa região?

Realmente, Singapura não é a única história de sucesso na Ásia. Uma análise no ranking deste ano mostra que outros países asiáticos estão fazendo muito bem seu desenvolvimento com as TICs:
Hong Kong (7) e Japão (8) estão entre os 10 primeiros pela primeira vez e a Austrália, Taiwan, Nova Zelândia, Coréia e Malásia estão bem posicionadas, respectivamente em 11a., 15a., 21a., 24a. e 27a posição. Índia e China têm melhorado significadamente suas posições, respectivamente para 39a e 41a (da 45a  e 51a  em 2003).

Levando em conta a importância do crescimento da Ásia como um dos maiores usuários das TICs, este ano o Relatório inclui um estudo específico sobre Taiwan, que tem obtido impressionante performance nas TICs, em relação aos últimos 20 anos, diversificando seu estrutura produtiva, fora da agricultura, para intensivo uso das tecnologias na indústria, emergindo como um dos líderes manufaturadores de produtos de TIC e uma fonte de inspiração para outras regiões, mesmo fora da Ásia.

Porquê a Booz Allen Hamilton tem um capítulo incluído investigando o futuro da terceirização?

Terceirização é definitivamente uma tendência nos padrões atuais de produção tendo se estendido de atividades periféricas de negócios para o centro, tal como o setor das TICs.

Booz Allen Hamilton usa sua experiência num amplo intervalo industrial para identificar as melhores práticas na terceirização. Sua contribuição neste ano ao Relatório está no capítulo intitulado “Próxima Geração de Terceirização de Tecnologia de Informação: Lucros e Riscos”, que é uma ótima ferramenta para os líderes de negócios por todo o mundo diante das decisões de terceirização.

O GITR também busca no assunto da Internet um fornecimento de serviços de governo e sua importância para a competitividade Européia. Qual é a função das TICs em obter os objetivos da Estratégia da Lisboa?

Como parte dos esforços de fazer a Europa ter uma economia baseada no conhecimento mais competitiva do mundo em 2010, a Agenda de Lisboa coloca  uma ênfase especial na promoção da penetração e uso das TICs a nível de governo, empresários e famílias.
Agenda de Lisboa:
1. Criar uma sociedade de Informação para todos;

2. Desenvolver uma área Européia para inovação, pesquisa e desenvolvimento;

3. Liberalização: - completar um único Mercado, - Estado ajuda nas políticas de competição;

4. Construção de indústria de redes

• em telecomunicações • em utilidades e transporte

5. Criar eficientes e integrados serviços de financiamento

6. Melhorar o ambiente corporativo

• para negócios iniciais • para arcabouço regulatório

7. Aumentar a inclusão social

• retornar as pessoas ao trabalho • atualizar os perfis • modernizar a proteção social

8. melhorar o desenvolvimento sustentado 

Embora uma avaliação parcial tenha revelado que os objetivos de Lisboa não são razoáveis de serem implementados em tempo, significante progresso tem sido feito fortalecendo as funções das TICs na sociedade Européia, como contribuições da Cisco no Relatório desse ano apontam no capítulo “Impacto da Rede – e-Gov Europeu”, que  gradualmente com os descobrimentos dos projetos de pesquisa patrocinados pela Cisco – série Impacto da Rede – ajuda a entender os investimentos e as melhores práticas nas TICs, que estimula melhorias de produtividade nas organizações públicas.

As contribuições da Cisco fornecem uma análise muito útil de como as TICs devem ser usadas para melhorar a eficiência do setor público e entregar serviços para o público em geral.

O GITR tem estimado a economia de prontidão dos conectados em rede por 4 anos. Qual é a ajuda primária do Relatório e como pode ele ser útil para as economias?

A lição importante do GITR reside no fato que ele demonstra a importante função das TICs no alavancar a eficiência de uma economia integrada, bem como em elevar as possibilidades das nações desenvolvidas e em desenvolvimento.

Alcançar tais benefícios depende da cooperação entre governo, empresários e indivíduos. Por exemplo, não é justo que seja responsabilidade do governo criar o ambiente de mercado e redigir os regulamentos.

O primeiro pilar da GITR captura aspectos do ambiente da economia para desenvolvimento das TICs, tais como os regimes regulatórios, o arcabouço legal e a infra-estrutura disponível.

O segundo pilar busca nos atuais níveis de prontidão dos conectados em rede entre os principais envolvidos na economia: indivíduos, empresários e governo. O terceiro pilar examina o atual nível de uso das TICs por esses três grupos.

2004 – 2005 WEF

RANK COUNTRY NRI
01 Singapore 1.73

02 Iceland 1.66

03 Finland 1.62

04 Denmark 1.60

05 United States 1.58

06 Sweden 1.53

07 Hong Kong 1.39

08 Japan 1.35

09 Switzerland 1.30

10 Canada 1.27

11 Australia 1.23

12 United Kingdom 1.21

13 Norway 1.19

14 Germany 1.16

15 Taiwan 1.12

16 Netherlands 1.08

17 Luxembourg 1.04

18 Israel 1.02

19 Austria 1.01

20 France 0.96

21 New Zealand 0.95

22 Ireland 0.89

23 United Arab Emirates 0.84

24 Korea 0.81

25 Estonia 0.80

26 Belgium 0.74

27 Malaysia 0.69

28 Malta 0.50

29 Spain 0.43

30 Portugal 0.39

31 Tunisia 0.39

32 Slovenia 0.37

33 Bahrain 0.37

34 South Africa 0.33

35 Chile 0.29

36 Thailand 0.27

37 Cyprus 0.25

38 Hungary 0.24

39 India 0.23

40 Czech Republic 0.21

41 China 0.17

42 Greece 0.17

43 Lithuania 0.13

44 Jordan 0.10

45 Italy 0.10

46 Brazil 0.08

47 Mauritius 0.08

48 Slovak Republic 0.03

49 Jamaica –0.03

50 Botswana –0.10

51 Indonesia –0.13

52 Turkey –0.14

53 Romania –0.15

54 Morocco –0.17

55 Namibia –0.21

56 Latvia –0.23

57 Egypt –0.24

58 Croatia –0.25

59 Trinidad and Tobago –0.28

60 Mexico –0.28

61 Costa Rica –0.29

62 Russian Federation –0.36

63 Pakistan –0.38

64 Uruguay –0.39

65 Ghana –0.41

66 Colombia –0.42

67 Philippines –0.43

68 Vietnam –0.46

69 Panama –0.47

70 El Salvador –0.49

71 Sri Lanka –0.49

72 Poland –0.50

73 Bulgaria –0.51

74 Gambia –0.52

75 Kenya –0.62

76 Argentina –0.62

77 Uganda –0.63

78 Dominican Republic –0.65

79 Serbia and Montenegro –0.65

80 Algeria –0.66

81 Zambia –0.68

82 Ukraine –0.68

83 Tanzania –0.71

84 Venezuela –0.72

85 Macedonia –0.73

86 Nigeria –0.73

87 Madagascar –0.77

88 Guatemala –0.78

89 Bosnia and Herzegovina –0.86

90 Peru –0.91

91 Georgia –0.94

92 Mali –0.96

93 Malawi –0.98

94 Zimbabwe –1.02

95 Ecuador –1.08

96 Mozambique –1.11

97 Honduras –1.19

98 Paraguay –1.20

99 Bolivia –1.25

100 Bangladesh –1.30

101 Angola –1.36

102 Ethiopia –1.52

103 Nicaragua –1.61

104 Chad –1.69


PARTE 2
Palestra ocorrida em 07/abril/2005 na reunião do Grupo Executivo de Tecnologia de Informação e Comunicação do Governo do Estado de São Paulo.

Latin American Performance in an International Perspective – abril/2005.
Proferida pelos representantes do “Programa de Competitividade Global” do WEF, Dr. Augusto Lopez-Claros, Economista Chefe, e a Dra. Irene Mia, Economista Sênior.

Lopez-Claro dividiu sua apresentação em duas partes.  

1.
The Global Competitiveness Programme (GCP) and the Global Information Technology Report (GITR).  Ele explicou que o primeiro Relatório de Competitividade Global (GCR) foi lançado em 1979 cobrindo 16 países e tem se expandido  Em 2004 ele cobre 104 países e para 2005 a expectativa é de se atingir 120 países.  Inicialmente Lopez-Claros mostrou uma comparação entre Argentina, Brasil e Coréia, onde em 1970 a renda anual per capita era respectivamente de US$1.334, US$366 e US$275 sendo que, 34 anos depois, a Argentina apresenta um PIB/per capita pouco abaixo de US$4.000, o Brasil perto de US$3.000 enquanto que a Coréia está chegando aos US$14.000, ou seja, a Argentina progrediu 3 vezes, o Brasil progrediu 8 vezes e a Coréia progrediu 50 vezes. Lopez-Claros explicou que o Índice de Competitividade de Crescimento (GCI – Growth Competitiveness Index) procura identificar fatores chaves para justificar essa mudança em 3 décadas. Ele envolve um Índice de Tecnologia (inovação/ transferência de tecnologia/ TIC), Índice Ambiente Macroeconômico (estabilidade macroeconômica/ classificação de crédito/ gastos do governo) e Índice Instituições Públicas (leis e contratos/ corrupção), como se vê na tabela que compara os índices GCI entre o Brasil e alguns países latino-americanos:
 

País

Índice
 GCI

Índice
Tecnologia

Índice Inst.
Públicas

Índice ambiente
macroeconômico

Chile

22

32

20

27

México

48

48

59

49

Costa Rica

50

55

47

64

Brasil

57

42

50

80

Colômbia

64

68

61

66

Argentina

74

57

79

94

O Programa de Competitividade Global e o Relatório Global de Tecnologia de Informação (GITR) lançado em 2001 com a colaboração de grupos de TI da Universidade de Harvard e em 2002 incluindo grupos de TI do INSEAD (Escola de Negócios na França) o GITR leva em consideração a importância crucial das TICs para os países em crescimento e desenvolvimento, servindo como uma poderosa ferramenta para os líderes de negócios e mentores de políticas públicas para entender os fatores das TICs que permitem os avanços. Lopez-Claros mostrou os indicadores de macroeconomia selecionados.

 

País

Déficit orçamento em % do PIB

Taxa de câmbio real (2002=100)

Taxa de juros rank

Inflação 2003

Dívida governo
em % do PIB

Argentina

0,5

101,6

75

13,4%

65,7

Brasil

-5,1

92,7

101

14,8%

58,5

Chile

-0,5

91.5

27

2,8%

13,3

Colômbia

-3,1

86,1

64

7,1%

51,9

Costa Rica

-3,1

91,9

95

9,4%

56,1

México

-0,7

87,2

32

4,5%

51.1

China

-2,5

93,9

26

1,2%

31,3

Finlândia

2,6

103,5

10

1,3%

52,6

Estônia

2,6

102,6

20

1,3%

7,4

Alemanha

-4,0

104,4

65

1,1%

65,3

Coréia

2,3

99,6

6

3,5%

16,0

Índia

-10,0

97,7

57

3,8%

81,1

Singapura

1,8

95,6

45

0,5%

106,4

Espanha

0,3

104,8

2

3,0%

63,3

 

Qualidade das Instituições Públicas – Indicadores de 2003 pesquisados em 104 países
 

 

Arg.

Brasil

Chile

Colômbia

C.Rica

México

China

Finlândia

Alem.

Coréia

Índia

Sing.

Desperdício no gasto governo

99

72

23

64

56

55

30

5

44

57

51

1

Independência do judiciário

97

51

37

73

33

65

61

2

3

48

32

24

Direito de propriedade

104

47

31

65

52

63

62

2

9

27

34

12

Favorecimento de decisões a pessoas do governo

93

47

19

81

51

58

38

3

13

49

44

7

Custo da violência e crime p/negócios

99

89

53

88

80

93

51

1

7

32

22

5

Pagamento irregular na coleta de taxas

60

55

19

46

48

53

62

6

14

63

73

11

Desvios de fundos públicos

91

64

30

98

36

80

62

1

14

52

54

7

Confiança pública nos políticos

98

61

24

74

46

88

18

3

21

85

64

1

Eficiência do arcabouço legal

99

53

29

65

38

75

55

7

6

56

33

14

Extensão de funcionários burocráticos

59

86

12

15

47

93

94

35

31

21

52

16

Liberdade de imprensa

73

27

32

60

26

39

101

6

4

51

28

98

Patentes utilizadas

37

46

47

63

39

44

62

1

4

55

10

3

Registro terciário

28

67

38

59

69

63

75

1

23

 

32

2

Colaboração pesq.
universidade-ind.

88

28

44

46

52

45

22

1

12

34

5

6

Usuários Internet/ 10 mil habitantes

51*

57*

37*

64

45*

50

63

10

31

86

5

19

Microcomputador/
10 mil habitantes

50*

53*

41

59

30*

49

72

13

26

87*

3*

19

Linhas telefone/
10 mil habitantes

54*

52

53

58

46*

61

56

21

26

82

27

13

Prontidão
tecnológica

50

36

23

66

37

46

60

3

1

26

8

11

Investimento empresas P&D

75

31

46

58

33

57

27

6

7

26

9

12

Infra-estrutura
geral

55

59

30

76

72

61

62

5

27

63

3

24

Qualidade pesq. científica

83

37

59

66

38

58

40

4

3

17

13

21

* dados 2002

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


2. “
Networked Readiness Index” (NRI - Índice de Prontidão dos Conectados a Rede). O NRI mede a propensão para um país explorar as oportunidades oferecidas pelas TICs e estabelece um mapeamento internacional dos fatores que permitem tais capacidades. Ele abrange uma visão do Ambiente (mercado/ políticas regulatórias/ infra-estrutura), da Prontidão (individual/ nos negócios/ no governo) e do Uso (individual/ nos negócios/ no governo). As variáveis atuais usadas são, 20 para Ambiente envolvendo: facilidade para abrir um negócio, burocracia, disponibilidade de engenheiros e cientistas, sofisticação do mercado financeiro, efetividade do judiciário, instalação de linhas telefônicas, segurança nos servidores de Internet, disponibilidade de servidores de Internet, colaboração entre a indústria e a universidade; 16 para Prontidão envolvendo: qualidade na educação de matemática e ciências, acesso Internet nas escolas, tarifas telefônicas de conexão residencial e comercial, qualidade das escolas para negócios; 15 para Uso envolvendo: assinantes de celulares e telefones fixos, assinantes de banda larga para Internet, serviços de governo on-line, nível tecnológico absorvido, uso da Internet.

 

País

2003

2004

Posições ganhas

Chile

32

35

-3

Brasil

39

46

-7

México

44

60

-16

Costa Rica

49

61

-12

Uruguai

54

64

10

Colombia

60

66

-6

Panamá

58

69

11

El Salvador

62

70

-8

Argentina

50

76

-26

Venezuela

72

84

-12

Peru

70

90

-20

Equador

89

95

-6

Paraguai

91

98

-7

Bolívia

90

99

-9

Nicarágua

94

103

-9

 

Variáveis Selecionadas para comparação na América Latina

 

 

Argentina

Brasil

Chile

Costa Rica

Colômbia

México

Usuários Internet / 100
habitantes, 2002

47

53

34

39

65

51

Assinantes de telefone móvel, 2003

67

57

42

75

71

52

Facilidade de abrir um novo negócio, 2004

95

96

52

70

85

91

Burocracia administrativa, 2004

92

96

21

47

61

87

Qualidade do sistema de educação, 2004

84

85

71

24

69

77

Assinantes de banda larga Internet, 2002-3

44

38

35

56

58

48

Efetividade do sistema judiciário, 2004

97

51

37

33

73

65


Lopez-Claros mostrou a seguinte análise NRI do Brasil:

 

Indicadores chaves:

população em 2003 de 1,78 milhões de habitantes;
PIB per capita em 2003 de US$ 7,767;
8,2 usuários Internet por 100 habitantes.

NRI ranking calculado em:

 

2002 (082 países) = 29;
2003 (102 países) = 39;
2004 (104 países) = 46. 

Índice para Componentes
de Ambiente
:

ranking entre 104 = 47
Ambiente de Mercado = 46;
Ambiente Regulatório e Político = 50;
Ambiente de Infra-estrutura = 48

Índice para Componentes
de Prontidão:

ranking entre 104 = 43
Prontidão Individual = 63;
Prontidão nos Negócios = 32;
Prontidão no Governo = 50.

Índice para Componentes
de Uso:

ranking entre 104 = 43
Uso Individual = 44;
Uso nos Negócios = 28;
Uso no Governo = 56.

Vantagens Competitivas

Índice –         variável em 2004    – ranking em 104

Componentes de Ambiente

1,03 - sofisticação do mercado financeiro                - 26

 

1,05 - estado do desenvolvimento do conjunto       - 26

 

1,06 – colaboração no conjunto                              - 18       

 

1,07 – colaboração universidade-indústria                - 28

Componentes de Prontidão

5,01 – investimentos em treinamento                     - 27

 

5,02 – disponibilidade de serviços de treinamento    - 17

Componentes de Uso

7,03 – telefones públicos pagos, 2002                     - 04  

 

8,01 – prevalência de tecnologia exterior licenciada  - 24

Desvantagens Competitivas

Índice –        variável em 2004     – ranking em 104

Componentes de Ambiente

1,01 – disponibilidade de cientistas e engenheiros    - 58

 

1,12 – burocracia administrativa                              - 96

 

1,13 – facilidade de iniciar um novo negócio             - 96

 

2,01 – efetividade do legislativo                               - 61

 

2,03 – efetividade do judiciário                                - 51

 

3,01 – instalação de linhas telefônicas, 2002            - 53

Componentes de Prontidão

4,01 – qualidade educação de matemática e ciência - 79

 

4,02 – qualidade do sistema educacional                 - 89

Componentes de Uso

7,01 – assinantes de celulares, 2003                       - 57

 

9,01 – sucesso do governo em promover as TICs   - 52

 

9,02 – serviços de governo on-line                          - 61

Lopez-Claros esclareceu que as variáveis coletadas se dividem em “dados-soft” e “dados-hard”. A coleta dos “dados-leves” é feita através de pesquisas (Gallup por exemplo) via questionários de opinião para executivos, preparadas pelo (WEF), e que a coleta dos “dados-duros” é obtida através de estatísticas coletadas por agências independentes (World Development Indicators - WDI, World Information Technology and Service Alliances – WITSA, International Telecommunication Union – ITU, Pyramid, e pelo próprio WEF). Os “dados-leves” são críticos para estabelecer a opinião dos tomadores de decisão e influenciar quem estiver intimamente ligado com uma particular economia, enquanto que os “dados-duros” capturam fundamentais elementos relacionados com o desenvolvimento da infra-estrutura, do capital humano e do comércio eletrônico. Florencia Ferrer (do Núcleo de Estudos e Desenvolvimento em e-Gov da Fundap) argumentou sobre a impropriedade de se comparar paises com características bem diferenciadas como Brasil, China e Índia com Singapura (744 km2 primeiro colocado no ranking NRI), que tem uma população menor que a metade de São Paulo, e defendeu que uma ponderação nessas comparações seria mais justa. Lopez-Claros concordou que há um problema de tamanho, e disse que se está trabalhando nesse problema, porém descartou a objetividade do uso de pesos nas comparações. Giselda Sauveur pediu mais esclarecimentos sobre a coleta dos dados-leves (questionários respondidos por empresários) e Lopez-Claros fez longa exposição de motivos e disse que não há forma definitivamente  idônea de se fazer essa coleta de informações. Diante das indagações, Luis Zipman (do IPT) perguntou aos presentes se, independentemente da origem dos dados, alguém discordava das conclusões qualitativas da pesquisa do WEF e não houve contestação quanto a essa validade.

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