Este texto na sua Parte 1 apresenta uma tradução de uma entrevista publicada no
World Economic Forum (WEF) sobre a comparação anual entre os países e o uso da
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como instrumento de modernização e
maturação para seu avanço na sociedade de cada país. Na Parte 2 adaptamos uma
palestra feita para o Governo do Estado de São Paulo dada pelo WEF falando sobre
a América Latina e Brasil dentro da maturação para uso das TICs.
PARTE 1
Global
Information Technology Report (GITR): Interview
http://www.weforum.org/site/homepublic.nsf/Content/Global+Information+Technology+Report%3A+Interview
![]()
Numa Entrevista, o Diretor Economista Chefe do
Programa de Competição Global,
Augusto Lopez-Claros,
explica os resultados do Relatório Global de Tecnologia de Informação de
2004-2005.
Cingapura é a estrela em performance neste ano (veja ranking na última
página).
GITR: Quais foram os fatores decisivos que a colocaram do oitavo lugar no ano
passado para o topo neste ano?
Singapura ultrapassou os Estados Unidos atingindo o topo do ranking do “Índice
de Prontidão dos Conectados em Rede” (Networked Readiness Index - NRI) pela
primeira vez. Os principais fatores que explicam essa excepcional performance
podem ser encontrados na excelente infra-estrutura de TIC e ambiente
regulatório.
Um terceiro fator é sua prontidão e aceitação por parte dos principais
envolvidos (isto é, governo, comunidade empresarial e famílias) em adotar
novas tecnologias e tirar total benefício das TICs.
Em particular, Singapura tem a melhor performance mundial em termos de
qualidade de educação para ciências e matemática, facilidade para
financiamentos e taxas de conexão para telefonia, e o governo prioriza as
compras governamentais pelas TICs. Singapura tem também pontos altíssimos em
outras áreas, como qualidade de acesso a Internet.
No uso das TICs, o país lidera o mundo em termos de predominância de licenças
de tecnologias estrangeiras, sucesso governamental na promoção das TICs, e
disponibilidade de serviços governamentais on-line. .
Porquê os Estados Unidos caiu do topo há três anos, para a quinta posição?
Este é um resultado mais dos avanços de posições relativas, do que um
resultado de uma atual erosão na performance das TICs pelos Estados Unidos.
Mas os Estados Unidos registrou uma relativa piora de performance neste ano
nos três componentes do NRI. Pelo lado positivo ele consolidou sua liderança
global nos componentes para prontidão nos negócios, da mesma forma, nas
variáveis tais como qualidade da pesquisa científica das instituições e
escolas de negócios, disponibilidade de treinamento e oportunidades para a
força de trabalho, sofisticação dos compradores e disponibilidade para capital
de risco..
O que você atribui aos países nórdicos a continuada excelente performance
neste ano?
Os países nórdicos novamente estão no topo do “ranking” neste ano, com a
Islândia, Finlândia, Dinamarca e Suécia, respectivamente, em segundo,
terceiro, quarto e sexto lugar. A Islândia, em particular, registrou uma
performance impressionante nas TICs, subindo da décima posição, em 2003, para
a segunda posição dentre 104 economias em 2004, o que representa a maior
melhoria de performance entre os primeiros colocados. .
Tal desenvolvimento não surge como surpresa na medida em que os países
nórdicos têm mostrado consistentemente alta penetração e índices de uso das
TICs, revelando-se entre os de maior performance dos últimos quatro anos.
Além de ter uma excelente macroeconomia, infra-estrutura e ambiente
regulatório, esses países compartilham um compromisso entre governo,
empresários e famílias no uso das TICs. Adicionalmente, eles estão sempre
inovando.
Como resultado, Suécia, Finlândia e Dinamarca ultrapassam algumas das maiores
economias Européias em número de patentes registradas por milhão de população,
um indicador freqüente usado pelas nações que registram inovações. .
Economias Asiáticas e do Pacífico no conjunto geral também tem pontos
altos. Como pode ser explicado o sucesso dessa região?
Realmente, Cingapura não é a única história de sucesso na Ásia. Uma análise no
ranking deste ano mostra que outros países asiáticos estão fazendo muito bem
seu desenvolvimento com as TICs:
Hong Kong (7) e Japão (8) estão entre os 10 primeiros pela primeira vez e a
Austrália, Taiwan, Nova Zelândia, Coréia e Malásia estão bem posicionadas,
respectivamente em 11a., 15a., 21a., 24a.
e 27a posição. Índia e China têm melhorado significadamente suas
posições, respectivamente para 39a e 41a (da 45a
e 51a em 2003).
Levando em conta a importância do crescimento da Ásia como um dos maiores
usuários das TICs, este ano o Relatório inclui um estudo específico sobre
Taiwan, que tem obtido impressionante performance nas TICs, em relação aos
últimos 20 anos, diversificando seu estrutura produtiva, fora da agricultura,
para intensivo uso das tecnologias na indústria, emergindo como um dos líderes
manufaturadores de produtos de TIC e uma fonte de inspiração para outras
regiões, mesmo fora da Ásia.
Porquê a Booz Allen Hamilton tem um capítulo incluído investigando o futuro
da terceirização?
Terceirização é definitivamente uma tendência nos padrões atuais de produção
tendo se estendido de atividades periféricas de negócios para o centro, tal
como o setor das TICs.
Booz Allen Hamilton usa sua experiência num amplo intervalo industrial para
identificar as melhores práticas na terceirização. Sua contribuição neste ano
ao Relatório está no capítulo intitulado “Próxima Geração de Terceirização de
Tecnologia de Informação: Lucros e Riscos”, que é uma ótima ferramenta para os
líderes de negócios por todo o mundo diante das decisões de terceirização.
O GITR também busca no assunto da Internet um fornecimento de serviços de
governo e sua importância para a competitividade Européia. Qual é a função das
TICs em obter os objetivos da
Estratégia da Lisboa?
Como parte dos esforços de fazer a Europa ter uma economia baseada no
conhecimento mais competitiva do mundo em 2010, a
Agenda de Lisboa coloca uma
ênfase especial na promoção da penetração e uso das TICs a nível de governo,
empresários e famílias.
Agenda de Lisboa:
1. Criar uma
sociedade de Informação para todos;
2. Desenvolver uma área Européia para inovação, pesquisa e desenvolvimento;
3. Liberalização: - completar um único Mercado, - Estado ajuda nas políticas de competição;
4. Construção de indústria de redes
• em telecomunicações • em utilidades e transporte
5. Criar eficientes e integrados serviços de financiamento
6. Melhorar o ambiente corporativo
• para negócios iniciais • para arcabouço regulatório
7. Aumentar a inclusão social
• retornar as pessoas ao trabalho • atualizar os perfis • modernizar a proteção social
8. melhorar o
desenvolvimento sustentado
Embora uma avaliação parcial tenha revelado que os objetivos de Lisboa não são
razoáveis de serem implementados em tempo, significante progresso tem sido
feito fortalecendo as funções das TICs na sociedade Européia, como
contribuições da Cisco no Relatório desse ano apontam no capítulo “Impacto da
Rede – e-Gov Europeu”, que gradualmente com os descobrimentos dos projetos de
pesquisa patrocinados pela Cisco – série Impacto da Rede – ajuda a entender os
investimentos e as melhores práticas nas TICs, que estimula melhorias de
produtividade nas organizações públicas.
As contribuições da Cisco fornecem uma análise muito útil de como as TICs
devem ser usadas para melhorar a eficiência do setor público e entregar
serviços para o público em geral.
O GITR tem estimado a economia de prontidão dos conectados em rede por 4
anos. Qual é a ajuda primária do Relatório e como pode ele ser útil para as
economias?
A lição importante do GITR reside no fato que ele demonstra a importante
função das TICs no alavancar a eficiência de uma economia integrada, bem como
em elevar as possibilidades das nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
Alcançar tais benefícios depende da cooperação entre governo, empresários e
indivíduos. Por exemplo, não é justo que seja responsabilidade do governo
criar o ambiente de mercado e redigir os regulamentos.
O primeiro pilar da GITR captura aspectos do ambiente da economia para
desenvolvimento das TICs, tais como os regimes regulatórios, o arcabouço legal
e a infra-estrutura disponível.
O segundo pilar busca nos atuais níveis de prontidão dos conectados em rede
entre os principais envolvidos na economia: indivíduos, empresários e governo.
O terceiro pilar examina o atual nível de uso das TICs por esses três grupos.
2004 – 2005 WEF
NRI
RANK COUNTRY
01 Singapore 1.73
02 Iceland 1.66
03 Finland 1.62
04 Denmark 1.60
05 United States 1.58
06 Sweden 1.53
07 Hong Kong 1.39
08 Japan 1.35
09 Switzerland 1.30
10 Canada 1.27
11 Australia 1.23
12 United Kingdom 1.21
13 Norway 1.19
14 Germany 1.16
15 Taiwan 1.12
16 Netherlands 1.08
17 Luxembourg 1.04
18 Israel 1.02
19 Austria 1.01
20 France 0.96
21 New Zealand 0.95
22 Ireland 0.89
23 United Arab Emirates 0.84
24 Korea 0.81
25 Estonia 0.80
26 Belgium 0.74
27 Malaysia 0.69
28 Malta 0.50
29 Spain 0.43
30 Portugal 0.39
31 Tunisia 0.39
32 Slovenia 0.37
33 Bahrain 0.37
34 South Africa 0.33
35 Chile 0.29
36 Thailand 0.27
37 Cyprus 0.25
38 Hungary 0.24
39 India 0.23
40 Czech Republic 0.21
41 China 0.17
42 Greece 0.17
43 Lithuania 0.13
44 Jordan 0.10
45 Italy 0.10
47 Mauritius 0.08
48 Slovak Republic 0.03
49 Jamaica –0.03
50 Botswana –0.10
51 Indonesia –0.13
52 Turkey –0.14
53 Romania –0.15
54 Morocco –0.17
55 Namibia –0.21
56 Latvia –0.23
57 Egypt –0.24
58 Croatia –0.25
59 Trinidad and Tobago –0.28
60 Mexico –0.28
61 Costa Rica –0.29
62 Russian Federation –0.36
63 Pakistan –0.38
64 Uruguay –0.39
65 Ghana –0.41
66 Colombia –0.42
67 Philippines –0.43
68 Vietnam –0.46
69 Panama –0.47
70 El Salvador –0.49
71 Sri Lanka –0.49
72 Poland –0.50
73 Bulgaria –0.51
74 Gambia –0.52
75 Kenya –0.62
76 Argentina –0.62
77 Uganda –0.63
78 Dominican Republic –0.65
79 Serbia and Montenegro –0.65
80 Algeria –0.66
81 Zambia –0.68
82 Ukraine –0.68
83 Tanzania –0.71
84 Venezuela –0.72
85 Macedonia –0.73
86 Nigeria –0.73
87 Madagascar –0.77
88 Guatemala –0.78
89 Bosnia and Herzegovina –0.86
90 Peru –0.91
91 Georgia –0.94
92 Mali –0.96
93 Malawi –0.98
94 Zimbabwe –1.02
95 Ecuador –1.08
96 Mozambique –1.11
97 Honduras –1.19
98 Paraguay –1.20
99 Bolivia –1.25
100 Bangladesh –1.30
101 Angola –1.36
102 Ethiopia –1.52
103 Nicaragua –1.61
104 Chad –1.69
PARTE 2
Palestra ocorrida em 07/abril/2005 na reunião do Grupo Executivo de Tecnologia
de Informação e Comunicação do Governo do Estado de São Paulo.
Latin American Performance in an International Perspective – abril/2005.
Proferida pelos representantes do “Programa de Competitividade Global” do WEF,
Dr.
Augusto Lopez-Claros, Economista Chefe, e a Dra.
Irene Mia, Economista Sênior.
Lopez-Claro dividiu sua
apresentação (www.conei.sp.gov.br/wef_GETIC_040505.pdf) em duas partes.
1.
The
Global Competitiveness Programme (GCP) and the Global Information Technology
Report (GITR).
Ele
explicou que o primeiro Relatório de Competitividade Global (GCR) foi lançado em
1979 cobrindo 16 países e tem se expandido Em 2004 ele cobre 104 países e para
2005 a expectativa é de se atingir 120 países. Inicialmente Lopez-Claros
mostrou uma comparação entre Argentina, Brasil e Coréia, onde em 1970 a renda
anual per capita era respectivamente de US$1.334, US$366 e US$275 sendo que, 34
anos depois, a Argentina apresenta um PIB/per capita pouco abaixo de US$4.000, o
Brasil perto de US$3.000 enquanto que a Coréia está chegando aos US$14.000, ou
seja, a Argentina progrediu 3 vezes, o Brasil progrediu 8 vezes e a Coréia
progrediu 50 vezes. Lopez-Claros explicou que o Índice de Competitividade de
Crescimento (GCI – Growth Competitiveness Index) procura identificar fatores
chaves para justificar essa mudança em 3 décadas. Ele envolve um Índice de
Tecnologia (inovação/ transferência de tecnologia/ TIC), Índice Ambiente
Macroeconômico (estabilidade macroeconômica/ classificação de crédito/
gastos do governo) e Índice Instituições Públicas (leis e contratos/
corrupção), como se vê na tabela que compara os índices GCI entre o Brasil e
alguns países latino-americanos:
|
País |
Índice |
Índice |
Índice
Inst. |
Índice
ambiente |
|
Chile |
22 |
32 |
20 |
27 |
|
México |
48 |
48 |
59 |
49 |
|
Costa Rica |
50 |
55 |
47 |
64 |
|
Brasil |
57 |
42 |
50 |
80 |
|
Colômbia |
64 |
68 |
61 |
66 |
|
Argentina |
74 |
57 |
79 |
94 |
O Programa de
Competitividade Global e o Relatório Global de Tecnologia de Informação (GITR)
lançado em 2001 com a colaboração de grupos de TI da Universidade de
Harvard e em 2002 incluindo grupos de TI do
INSEAD (Escola de Negócios na França) o GITR leva em consideração a
importância crucial das TICs para os países em crescimento e desenvolvimento,
servindo como uma poderosa ferramenta para os líderes de negócios e mentores de
políticas públicas para entender os fatores das TICs que permitem os avanços.
Lopez-Claros mostrou os indicadores de macroeconomia selecionados.
|
País |
Déficit orçamento em % do PIB |
Taxa de câmbio real (2002=100) |
Taxa de juros rank |
Inflação 2003 |
Dívida governo |
|
Argentina |
0,5 |
101,6 |
75 |
13,4% |
65,7 |
|
Brasil |
-5,1 |
92,7 |
101 |
14,8% |
58,5 |
|
Chile |
-0,5 |
91.5 |
27 |
2,8% |
13,3 |
|
Colômbia |
-3,1 |
86,1 |
64 |
7,1% |
51,9 |
|
Costa Rica |
-3,1 |
91,9 |
95 |
9,4% |
56,1 |
|
México |
-0,7 |
87,2 |
32 |
4,5% |
51.1 |
|
China |
-2,5 |
93,9 |
26 |
1,2% |
31,3 |
|
Finlândia |
2,6 |
103,5 |
10 |
1,3% |
52,6 |
|
Estônia |
2,6 |
102,6 |
20 |
1,3% |
7,4 |
|
Alemanha |
-4,0 |
104,4 |
65 |
1,1% |
65,3 |
|
Coréia |
2,3 |
99,6 |
6 |
3,5% |
16,0 |
|
Índia |
-10,0 |
97,7 |
57 |
3,8% |
81,1 |
|
Singapura |
1,8 |
95,6 |
45 |
0,5% |
106,4 |
|
Espanha |
0,3 |
104,8 |
2 |
3,0% |
63,3 |
Qualidade das Instituições
Públicas – Indicadores de 2003 pesquisados em 104 países
|
|
Arg. |
Brasil |
Chile |
Colômbia |
C.Rica |
México |
China |
Finlândia |
Alem. |
Coréia |
Índia |
Sing. |
|
Desperdício no gasto governo |
99 |
72 |
23 |
64 |
56 |
55 |
30 |
5 |
44 |
57 |
51 |
1 |
|
Independência do judiciário |
97 |
51 |
37 |
73 |
33 |
65 |
61 |
2 |
3 |
48 |
32 |
24 |
|
Direito de propriedade |
104 |
47 |
31 |
65 |
52 |
63 |
62 |
2 |
9 |
27 |
34 |
12 |
|
Favorecimento de decisões a pessoas do governo |
93 |
47 |
19 |
81 |
51 |
58 |
38 |
3 |
13 |
49 |
44 |
7 |
|
Custo da violência e crime p/negócios |
99 |
89 |
53 |
88 |
80 |
93 |
51 |
1 |
7 |
32 |
22 |
5 |
|
Pagamento irregular na coleta de taxas |
60 |
55 |
19 |
46 |
48 |
53 |
62 |
6 |
14 |
63 |
73 |
11 |
|
Desvios de fundos públicos |
91 |
64 |
30 |
98 |
36 |
80 |
62 |
1 |
14 |
52 |
54 |
7 |
|
Confiança pública nos políticos |
98 |
61 |
24 |
74 |
46 |
88 |
18 |
3 |
21 |
85 |
64 |
1 |
|
Eficiência do arcabouço legal |
99 |
53 |
29 |
65 |
38 |
75 |
55 |
7 |
6 |
56 |
33 |
14 |
|
Extensão de funcionários burocráticos |
59 |
86 |
12 |
15 |
47 |
93 |
94 |
35 |
31 |
21 |
52 |
16 |
|
Liberdade de imprensa |
73 |
27 |
32 |
60 |
26 |
39 |
101 |
6 |
4 |
51 |
28 |
98 |
|
Patentes utilizadas |
37 |
46 |
47 |
63 |
39 |
44 |
62 |
1 |
4 |
55 |
10 |
3 |
|
Registro terciário |
28 |
67 |
38 |
59 |
69 |
63 |
75 |
1 |
23 |
|
32 |
2 |
|
Colaboração pesq. |
88 |
28 |
44 |
46 |
52 |
45 |
22 |
1 |
12 |
34 |
5 |
6 |
|
Usuários Internet/ 10 mil habitantes |
51* |
57* |
37* |
64 |
45* |
50 |
63 |
10 |
31 |
86 |
5 |
19 |
|
Microcomputador/ |
50* |
53* |
41 |
59 |
30* |
49 |
72 |
13 |
26 |
87* |
3* |
19 |
|
Linhas telefone/ |
54* |
52 |
53 |
58 |
46* |
61 |
56 |
21 |
26 |
82 |
27 |
13 |
|
Prontidão |
50 |
36 |
23 |
66 |
37 |
46 |
60 |
3 |
1 |
26 |
8 |
11 |
|
Investimento empresas P&D |
75 |
31 |
46 |
58 |
33 |
57 |
27 |
6 |
7 |
26 |
9 |
12 |
|
Infra-estrutura |
55 |
59 |
30 |
76 |
72 |
61 |
62 |
5 |
27 |
63 |
3 |
24 |
|
Qualidade pesq. científica |
83 |
37 |
59 |
66 |
38 |
58 |
40 |
4 |
3 |
17 |
13 |
21 |
|
* dados 2002 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
2. “Networked
Readiness Index” (NRI - Índice de Prontidão dos Conectados a Rede).
O NRI mede a propensão para um país explorar as oportunidades oferecidas pelas
TICs e estabelece um mapeamento internacional dos fatores que permitem tais
capacidades. Ele abrange uma visão do Ambiente (mercado/ políticas regulatórias/
infra-estrutura), da Prontidão (individual/ nos negócios/ no governo) e do Uso
(individual/ nos negócios/ no governo). As variáveis atuais usadas são, 20 para
Ambiente envolvendo: facilidade para abrir um negócio, burocracia,
disponibilidade de engenheiros e cientistas, sofisticação do mercado financeiro,
efetividade do judiciário, instalação de linhas telefônicas, segurança nos
servidores de Internet, disponibilidade de servidores de Internet, colaboração
entre a indústria e a universidade; 16 para Prontidão envolvendo:
qualidade na educação de matemática e ciências, acesso Internet nas escolas,
tarifas telefônicas de conexão residencial e comercial, qualidade das escolas
para negócios; 15 para Uso envolvendo: assinantes de celulares e
telefones fixos, assinantes de banda larga para Internet, serviços de governo
on-line, nível tecnológico absorvido, uso da Internet.
|
País |
2003 |
2004 |
Posições ganhas |
|
Chile |
32 |
35 |
-3 |
|
Brasil |
39 |
46 |
-7 |
|
México |
44 |
60 |
-16 |
|
Costa Rica |
49 |
61 |
-12 |
|
Uruguai |
54 |
64 |
10 |
|
Colômbia |
60 |
66 |
-6 |
|
Panamá |
58 |
69 |
11 |
|
El Salvador |
62 |
70 |
-8 |
|
Argentina |
50 |
76 |
-26 |
|
Venezuela |
72 |
84 |
-12 |
|
Peru |
70 |
90 |
-20 |
|
Equador |
89 |
95 |
-6 |
|
Paraguai |
91 |
98 |
-7 |
|
Bolívia |
90 |
99 |
-9 |
|
Nicarágua |
94 |
103 |
-9 |
Variáveis Selecionadas
para comparação na América Latina
|
|
Argentina |
Brasil |
Chile |
Costa Rica |
Colômbia |
México |
|
Usuários Internet /
100 |
47 |
53 |
34 |
39 |
65 |
51 |
|
Assinantes de telefone móvel, 2003 |
67 |
57 |
42 |
75 |
71 |
52 |
|
Facilidade de abrir um novo negócio, 2004 |
95 |
96 |
52 |
70 |
85 |
91 |
|
Burocracia administrativa, 2004 |
92 |
96 |
21 |
47 |
61 |
87 |
|
Qualidade do sistema de educação, 2004 |
84 |
85 |
71 |
24 |
69 |
77 |
|
Assinantes de banda larga Internet, 2002-3 |
44 |
38 |
35 |
56 |
58 |
48 |
|
Efetividade do sistema judiciário, 2004 |
97 |
51 |
37 |
33 |
73 |
65 |
Lopez-Claros mostrou a seguinte análise NRI do Brasil:
|
Indicadores chaves: |
população em 2003 de
1,78 milhões de habitantes; |
|
NRI ranking
calculado em: |
2002 (082 países) =
29; |
|
Índice para
Componentes |
ranking entre 104 = 47
|
|
Índice para
Componentes |
ranking entre 104 = 43 |
|
Índice para
Componentes |
ranking entre 104 = 43 |
Vantagens Competitivas |
Índice – variável em 2004 – ranking em 104 |
|
Componentes de Ambiente |
1,03 - sofisticação do mercado financeiro - 26 |
|
|
1,05 - estado do desenvolvimento do conjunto - 26 |
|
|
1,06 – colaboração no conjunto -18 |
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1,07 – colaboração universidade-indústria - 28 |
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Componentes de Prontidão |
5,01 – investimentos em treinamento - 27 |
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5,02 – disponibilidade de serviços de treinamento - 17 |
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Componentes de Uso |
7,03 – telefones públicos pagos, 2002 - 04 |
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8,01 – prevalência de tecnologia exterior licenciada - 24 |
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Desvantagens Competitivas |
Índice – variável em 2004 – ranking em 104 |
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Componentes de Ambiente |
1,01 – disponibilidade de cientistas e engenheiros - 58 |
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1,12 – burocracia administrativa - 96 |
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1,13 – facilidade de iniciar um novo negócio - 96 |
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2,01 – efetividade do legislativo - 61 |
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2,03 – efetividade do judiciário - 51 |
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3,01 – instalação de linhas telefônicas, 2002 - 53 |
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Componentes de Prontidão |
4,01 – qualidade educação de matemática e ciência - 79 |
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4,02 – qualidade do sistema educacional - 89 |
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Componentes de Uso |
7,01 – assinantes de celulares, 2003 - 57 |
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9,01 – sucesso do governo em promover as TICs - 52 |
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9,02 – serviços de governo on-line - 61 |
Lopez-Claros esclareceu
que as variáveis coletadas se dividem em “dados-soft” e “dados-hard”. A coleta
dos “dados-leves” é feita através de pesquisas (Gallup
por exemplo) via questionários de opinião para executivos, preparadas pelo (WEF),
e que a coleta dos “dados-duros” é obtida através de estatísticas coletadas por
agências independentes (World Development Indicators -
WDI, World Information Technology and Service Alliances –
WITSA, International Telecommunication Union –
ITU, Pyramid, e pelo próprio
WEF). Os “dados-leves” são críticos para estabelecer a opinião dos tomadores
de decisão e influenciar quem estiver intimamente ligado com uma particular
economia, enquanto que os “dados-duros” capturam fundamentais elementos
relacionados com o desenvolvimento da infra-estrutura, do capital humano e do
comércio eletrônico. Florencia Ferrer (do Núcleo de Estudos e
Desenvolvimento em e-Gov da Fundap) argumentou sobre a impropriedade de se
comparar paises com características bem diferenciadas como Brasil, China e Índia
com Cingapura (744 km2 primeiro colocado no ranking NRI), que tem uma
população menor que a metade de São Paulo, e defendeu que uma ponderação nessas
comparações seria mais justa. Lopez-Claros concordou que há um problema de
tamanho, e disse que se está trabalhando nesse problema, porém descartou a
objetividade do uso de pesos nas comparações. Giselda Sauveur pediu mais
esclarecimentos sobre a coleta dos dados-leves (questionários respondidos por
empresários) e Lopez-Claros fez longa exposição de motivos para dizer que não há
forma definitivamente idônea de se fazer essa coleta de informações. Diante das
indagações, Luis Zipman (do IPT) perguntou aos presentes se, independentemente
da origem dos dados, alguém discordava das conclusões qualitativas da pesquisa
do WEF e não houve contestação quanto a essa validade.
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