RELATÓRIO
EXECUTIVO
Justificativa para adoção do padrão
ODF na Administração Estadual
A
necessidade da indústria em estabelecer padrões
mundiais, particularmente no setor de tecnologia de informação
e comunicação, tem sido atendida com a criação
de consórcios internacionais, sem interesse de lucro, que
congregam forças tarefas compostas por técnicos das
principais empresas do setor.
Um desses organismos, fundado
em 1993, é a OASIS (Organization for the Advancement
of Structured Information Standards), que tem
como missão o fomento à adoção da
convergência de tecnologias e padrões para o comércio
eletrônico. Assim, ao unir esforços, o OASIS tem por
princípio promover o consenso na indústria ao
desenvolver padrões abertos para: serviços na Web,
segurança, e-negócios e padronizações
seja para o setor público, como privado ou quaisquer segmentos
do mercado.
A OASIS é patrocinada pelas empresas
fundadoras: SAP, IBM, EDS, Sun Microsystems, Primeton, Bea Systems e
congrega no seu Comitê Técnico empresas como: Adobe,
IBM, Sun, Intel, dentre mais de 225 empresas participantes, que não
só visam minimizar o risco de diferentes enfoques, evitando
duplicação de tarefas como também estabelecer a
interoperabilidade no uso das tecnologias.
Em maio de 2000 a
OASIS assinou um memorando
de entendimento
para e-comércio (download
PDF)
com os principais órgãos mundiais de padronizações:
International Electrotechnical Commission (IEC),
International Organization for Standardization (ISO),
International Telecommunication Union (ITU),
e United Nations Economic Commission for Europe (UN/ECE),
objetivando juntos aumentar a coordenação de muitos
programas internacionais para se ter mais eficiência no
desenvolvimento de padrões e na sua rápida adoção
no mercado mundial.
Por
outro lado, os arquivos eletrônicos que diariamente
compartilhamos, gravamos e enviamos (textos, planilhas de cálculo,
banco de dados, gráficos, apresentações etc) são
armazenados em diferentes formatos. Para garantir perenidade e que
sejam acessíveis, independentes de idade ou plataforma, foi
elaborado entre 2001 e 2006, pela OASIS, a especificação
do padrão ODF (Open Document Format), que definiu cada um
desses formatos específicos (.odt / .ods /
.odp / .odg / .odb / etc).
Em 2006,
após 6 anos de aprimoramentos esta especificação
foi encaminhada e submetida aos critérios do ciclo de
aprovação da ISO, culminando na aprovada norma
internacional ISO/IEC-26.300, por aprovação
unânime.
Este padrão de armazenamento de
arquivos, baseado na linguagem XML (eXtensible Markup Language), é
aberto, o que significa que qualquer empresa pode desenvolver
produtos baseados na sua estrutura. Atualmente, há uma lista
de mais de 40 aplicativos que já podem manipular o ODF.
Nesse
particular o propósito da OASIS está em criar uma
consciência e um padrão para uma nova classe de
aplicações e soluções designadas
especialmente para dar suporte e alavancar o uso do Documento Aberto
XML (mais conhecido agora como ODF), beneficiando corporações
privadas e entidades governamentais com economias no licenciamento de
ferramentas de software para manipulação e
armazenamento de arquivos de forma mais perene e de interface
conhecida.
Em setembro de 2006, outro padrão, o OpenXML, proposto pela Microsoft para manter a compatibilidade com seus produtos, foi submetido, sob regime “fast track”, para avaliação pela ISO, porém não atingindo o número de votos mínimos para sua aprovação, junto ao Comitê ISO/IEC.
No
Brasil os trabalhos foram coordenados pela ABNT, através de um
grupo de trabalho específico, que face aos mais de 200
problemas encontrados, definiu a posição BRASIL como
“NÃO APROVAÇÃO COM 63 CONDICIONANTES”,
por considerar estes 63 pontos considerados como de extrema
relevância.
A Microsoft, que também participa da
OASIS, precisa agora rever seu produto e especificações
para poder re-submeter, até março de 2008, uma nova
versão para nova avaliação.
Conforme declarações da Association Française de Normalisation (AFNOR), poderá ocorrer no futuro, face ao grande legado MicroSoft em formato .DOC, até alguma adaptação do ODF visando facilitar a compatibilidade com os formatos de documentos Microsoft.
No
entanto, está claro que mundialmente se caminha para o uso
aberto de documentos e o ODF é a resposta feita nesse esforço
conjunto promovido através da OASIS e consolidado pela
aprovação ISO/IEC 26300. Assim, a tendência é
não se ter 2 padrões em concorrência ou
competição.
Concluindo,
diante do fato que, cada vez mais iremos armazenar menos papel e mais
documentos eletrônicos em seus variados formatos, e de que
precisamos ter uma padronização, dentro da
Administração Estadual, para envio e recepção
de arquivos no relacionamento do Estado com o Cidadão e com
outras esferas de Governo, através de sistemas e de
aplicativos que sejam aderentes aos padrões abertos de
mercado, é desejável que o Governo do Estado de São
Paulo decida pela adoção de uma padronização
e para tanto emita uma Resolução, orientando e
definindo, oficialmente, o uso da especificação
corrente do ODF (Norma ISO/IEC 26.300), que também está
sendo aprovada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).
Grupo
de Software – Resolução
CC-60,
de 20-7-2004
Subgrupo
de trabalho – ODF